Como psicóloga ajudo a pessoa a despertar a sua religiosidade reprimida e a curar sua alma. A religião pode proporcionar o bem estar psicológico, a pessoa religiosa que sente protegida pela fé, pode salvar-se.
O ser humano tem uma tendência inconsciente em direção a Deus e esta busca, livre e responsável, se torna genuína. A pessoa decide pela religiosidade. O ser humano vai sempre buscar o que é bom para si mesmo e para os que ama e quando experimentar o sentimento de culpa deve se perguntar: eu transgredi a lei de DEUS? Culpa e pecado estão lado a lado nas experiencias humanas, você faz algo acreditando que está errado, faz sem fé ou faz algo errado, infringindo a lei de Deus.
Para a pessoa religiosa a consciência coincide com a voz da transcendência, para a não religiosa, a voz da consciência encerra-se em si mesma. Goethe revela que quem tem ciência também tem religião: “Se os olhos não fossem solares, jamais o sol nós veríamos. Se em nós não estivesse a própria força divina, como o divino sentiríamos?” “Santo Agostinho… porque nos criastes para vós e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em vós”, ou o homem tem uma crença ou presta culto a uma crendice.
Frankl alerta para a religiosidade não saudável, quando a pessoa acha que basta acreditar que tudo que dará certo. É preciso que a fé, o amor e a esperança tenham uma intencionalidade, um objeto direcionado: Para o amor – um ser amado, para a fé – um ser crível e para a esperança um fundamento.
Não podemos olhar para as pessoas só pelo que se vê. Olhando para uma cadeira identificamos de que ela é feita, olhando para uma pessoa, vemos seu corpo, mas não diz a história que a compõe. Somos de certa forma, seres virtuais. Tanto o corpo quanto a atividade psíquica mudam de acordo com as circunstâncias, precisamos conhecer e conectar com a história que cada pessoa compõe, que é única, para poder ajudar a curar suas doenças. Sua história se compõe de: temperamentos e caráter= personalidade, sua religião, cultura, o físico, crenças.
A complexidade do ser humano vai além do biológico. A espiritualidade precisa ser inserida no tratamento das doenças físicas e mentais, para potencializar a saúde global da pessoa e isto é um direito da pessoa para o controle do estresse, depressão, ansiedade, na redução de medicamentos e outras substancias maléficas, tentativas de suicídio, para melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade.
Quem busca ajuda para si já enxergou que precisa, está saudável em sua espiritualidade. Quem busca ajuda somente para o outro vive na ilusão de estar no controle, sofre e adoece pelo insucesso.
A doença é considerada como alteração no estado de saúde e no estado de espírito, associada a diversos outros fatores, como o ambiente. As crenças pessoais estão diretamente ligadas às questões de saúde. A pratica médica ainda resiste em incorporar a religiosidade no tratamento de doenças físicas, no entanto, a OMS-Organização Mundial de Saúde considera a espiritualidade e religiosidade, fé e crenças como recursos terapêuticos capazes de contemplar o ser por completo. A entidade acredita ser necessário um conjunto de práticas médicas para a promoção da saúde, prevenção e recuperação da pessoa. No Brasil, as abordagens alternativas são consideradas complementares ao sistema convencional.
Desde 2006 a política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares-PNPIC regulariza acupuntura, reik, meditação e medicina antroposófica, baseada no ocultismo e filosofia espiritual, no Sistema Único de Saúde- Atenção Básica. Nos tratamentos cardiovasculares também foram incorporados a espiritualidade como recurso para enfrentamento das doenças.
O Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais-DSM-IV passa a partir de 1994, a admitir a espiritualidade no tratamento psíquico, de forma que a medicina não pode confrontar a espiritualidade pois, ela existe. Pacientes com diabetes, hipertenso e câncer respondem melhor ao tratamento quando desenvolvem práticas relacionadas à sua espiritualidade.
A espiritualidade evoca preocupações, compaixão e uma sensação de conexão com algo maior além de nós mesmos. Assim, agnósticas e ateus acreditando ou duvidando da presença de Deus encontram significado, propósito e realização na própria existência, sendo também uma forma de espiritualidade.
Com base no livro de Victor Frankl – A presença não ignorada de Deus.