“Comer é uma metáfora para a maneira como vivemos; e também para a maneira como amamos.” Geneen Roth.
Os relacionamentos e a alimentação dependem de como você lida com as fantasias, os dramas, o desejo do que é proibido e a necessidade de estar no controle. A fome física está atrelada à fome emocional, uma relação entre comer e a intimidade.
Na barriga da mãe ou quando éramos um bebê, não distinguíamos a comida de afeto e a mãe é o símbolo desse cuidado e proteção. Se na infância recebemos mais comida e menos afeto, houve falta ou insuficiência dos dois, tentaremos durante toda a vida suprir esta falta, buscando na comida esse afeto, para preencher a alma no ato de comer, já que ambos têm a mesma importância para o nosso crescimento saudável.
As pessoas que trazem traumas de infância por falta de amor, carinho e cuidados buscam alivio desta angústia na comida, comendo demais para se proteger ou comendo pouco para atender às exigências do outro, ser aceita e atender a um padrão de beleza interpretado por ela como sendo o ideal.
Deparamos na contemporaneidade, com os distúrbios alimentares, uma das mais importantes causas da depressão, ansiedade e a baixa autoestima. A insatisfação com a imagem pessoal é tão grande que leva a pessoa por fim à vida, como no caso da anorexia.
Excessos, abusos, violência, relações conturbadas na família levam a pessoa a pensar que se emagrecer vai ficar bem, se enganam achando que se diminuir na comida diminui também os problemas.
Muitas abusam da comida porque sofreram abusos, foram desrespeitadas, negligenciadas, faltou amor e se protegem com a comida para não sofrerem e serem magoadas novamente. Não se vêm merecedoras de coisa melhor.
Fome de comida é fome de amor.
Compreender como seus hábitos alimentares foram formados por padrões de amor na fase da infância. Não ficar presa no passado e aceitar a sua história, viver o presente, mudando o que for possível, terá mudanças em seus relacionamentos.
Lembre-se de coisas em sua vida que foram esquecidas ou diminuídas que tentou “resolver” na maneira como você come e ama. Comida e peso são sintomas, não o problema. O doente só se cura quando voltar a viver o seu natural. A pessoa adulta que deixar de comer para punir alguém, que exceder na bebida alcoólica e outras drogas, estará punindo a si mesma e muito severamente também estará se envenenando ao comer em excesso.
Acolha a criança faminta que há dentro de você. Conhecer as dinâmicas ou crenças adquiridas na infância é um passo para resgatar o amor-próprio e acreditar em sua capacidade.
Procure ajuda profissional.
(Do livro Carência Afetiva e Alimentação – uma questão delicada. Geneen Roth)