Em todos os ambientes de convívio humano cada pessoa vai pensar, sentir e agir de acordo com sua história de vida, num padrão adquirido desde que nasce, seguindo três leis que regem os relacionamentos: pertencimento, hierarquia e equilíbrio entre o dar e receber. Se o filho recebe da sua família tais influências, quer dizer que seus ancestrais estão presentes nestas leis que são transmitidas pelos pais. Estudos atuais mostram que a vida intrauterina, as preocupações, estresses e angustias da mãe também influenciam muito no jeito de ser da pessoa. Ou seja, com a força e ensinamentos dos nossos pais no presente construímos o futuro, considerando as gerações passadas.
As leis do amor são universais, segundo Bert Hellinger.
A primeira lei é a do pertencimento, do vínculo. Quando agimos em conformidade a um determinado grupo a consciência fica leve, mas, se agirmos diferente do grupo a qual pertencemos, a tendência é nos sentirmos com a consciência pesada e sentirmos culpa. É como se afirma no senso comum que o exemplo arrasta. De tanto ver o pai agredir e desrespeitar a mãe a tendência do filho quando adulto é fazer a mesma coisa com sua esposa. De tanto ver sua mãe desrespeitar a figura do pai e desqualifica-lo na sua função de esposo, a tendência da filha é buscar um companheiro que aceita que ela faça o mesmo. A tendência é a repetição dos padrões de relacionamentos.
Muitas pessoas estão excluídas na família pelo que fizeram ou por algum comportamento inadequado, fora do padrão da família. Nas gerações seguintes um filho ou neto vai agir da mesma maneira com o objetivo de reparar esta exclusão e honrar a figura daquele que foi excluído. A filha pode se casar com um homem que bebe em excesso, como forma de reparação pelo pai, o que chamamos de lealdade sistêmica. Muitas lealdades comprometem os relacionamentos futuros dos filhos com os cônjuges, com seus filhos, com os colegas de trabalho e em outros sistemas de convívio.
A segunda lei do amor é a da hierarquia. Devo respeitar e amar meus ancestrais, quem veio antes de mim me deu forças para eu construir minha vida. Devo honrar pai e mãe, amar e respeitar seus jeitos de ser e aceitá-los como são. Carregá-los dentro de mim com gratidão pela vida.
A terceira lei do amor que rege os relacionamentos é lei é o equilíbrio entre o dar e receber. É necessário este equilíbrio para que um não dê mais e receba menos, para que não fiquem em falta dando, muito nem em dívida recebendo muito do outro.
Chega um tempo em que as novas gerações vão perceber que repetir o padrão de relacionamento dos seus familiares não se adequa ao seu modo de vida. Os filhos percebem que não precisam mais dos seus pais para seguir sua vida. Eles querem fazer do seu próprio jeito e isto é saudável. É o caminho natural do desenvolvimento humano. Filhos adultos carregam pai e mãe dentro de si, carregam o legado deixado por eles como força para viver, extraindo o que aprendeu de bom para sua vida, os valores e atitudes, jogando fora o que não se adequa ao seu estilo e jeito de ser.
Os pais precisam por outro lado, entender que já cumpriram seu papel e devem apoiar os filhos quando pedirem ajuda.